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segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente

Considerado o pai do teatro português, Gil Vicente é um ícone da cultura lusitana. O Auto da Barca do Inferno é uma peça composta por um único ato e foi escrita em 1517. Com forte viés cómico, é dos trabalhos do autor mais celebrados.

Resumo
Também conhecido como Auto da moralidade, o Auto da Barca do Inferno, escrito em 1517, foi representado ao rei Manuel I de Portugal e à rainha Lianor. A peça, que contém um único ato, pertence ao conjunto da Trilogia das Barcas que contempla também o Auto da Barca do Purgatório e o Auto da Barca da Glória.

O diabo é um dos personagens centrais do Auto da Barca do Inferno. Ele conduz uma barca e convida, um a um, possíveis integrantes para a sua nau. O primeiro convidado é o fidalgo, que chega acompanhado de um pajem. Ao observar a barca do Paraíso passar, o fidalgo vê um anjo e pede para entrar, mas é recusado.
O segundo convidado é o onzeneiro, ele também vai parar, assim como fidalgo, na barca rumo ao inferno. O terceiro a surgir - e curiosamente o primeiro a ter um destino feliz - é o parvo.

Parvo — Hou da barca!
Anjo — Que me queres?
Parvo — Queres-me passar além?
Anjo — Quem és tu?
Parvo — Samica alguém.
Anjo — Tu passarás, se quiseres; porque em todos teus fazeres per malícia nom erraste. Tua simpleza t'abaste para gozar dos prazeres. Espera entanto per i: veremos se vem alguém, merecedor de tal bem, que deva de entrar aqui.

Logo após o parvo vem o sapateiro e o frade acompanhado por uma moça formosa. Nenhum deles tem autorização para apanhar a barca no sentido do paraíso.
Brízida Vaz, uma bruxa alcoviteira, surge em seguida e também fica proibida de entrar na barca da Glória. O judeu que se segue a ela e carrega uma cabra é igualmente proibido de entrar no céu por não ser cristão.
O corregedor e o procurador também ficam na barca do inferno, mas por motivo distinto: colocam os seus interesses pessoais a frente da justiça e do povo.
Por fim brotam os cavaleiros, que lutaram em vida pelo cristianismo e por isso são conduzidos a barca do paraíso pelo anjo.

Personagens

Diabo
- Conhecido como Belzebu, conduz uma barca em direção ao inferno.

Anjo
- Conduz a barca da Glória, rumo ao paraíso.

Fidalgo
- Anda sempre com um pajé e carrega um rabo muito comprido além de uma cadeira de espaldas. Acaba pegando a barca rumo ao porto de Lucifer.

Onzeneiro
- O onzeneiro, uma espécie de agiota, faz companhia ao fidalgo na barca do inferno.

Parvo
- Encontra a paz na simplicidade e é encaminhado para a barca do paraíso.

Sapateiro
- O sapateiro acredita que, por ter cumprido os rituais religiosos em terra, entraria na barca do paraíso. Porém, como enganou seus clientes, não ganhou o direito de subir na nau do anjo.

Frade
- Acompanhado de uma moça, o frade não tem direito a entrar no paraíso.

Brízida Vaz
- Por ser bruxa, prostituta e alcoviteira, não recebe autorização para entrar na barca da Glória.

Judeu
- Não pode embarcar no sentido do paraíso porque não é cristão.

Corregedor
- Ao contrário do que era suposto, o corregedor só defende seus próprios interesses sendo condenado imediatamente à barca do inferno.

Procurador
- Corrupto, pensa apenas em si e, como consequência, segue direto para a nau de Belzebu.

Cavaleiros
- Os Cavaleiros de Deus, mártires da Santa Igreja, que dedicaram a vida a causa cristã, são premiados com a paz eterna na barca do paraíso.

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